sábado, 18 de junho de 2011

Contra o Tempo

Source Code @ 2011 @ dirigido por Duncan Jones


Um homem (Jake Gyllenhaal) acorda em um trem, ao lado de uma mulher chamada Christina (Michelle Monaghan). A mulher o conhece como Sean Fentress, mas ele aparenta não saber quem ele é. 8 minutos depois, uma bomba explode o trem, e subitamente o homem acorda em uma câmara, onde lhe é dito pela Capitã Colleen Goodwin (Vera Farmiga) que ele se chama Colter Stevens e está numa missão para descobrir quem está por trás do atentado que explodiu o trem – tal recurso só é capaz através do Cógido Fonte, um mecanismo que faz com que ele “volte no tempo” e tenha acesso aos últimos 8 minutos de vida de uma determinada pessoa, neste caso, Sean Fentress.

“Contra Tempo” é um thriller de ficção científica e o segundo longa metragem do diretor Duncan Jones, que despontou mundialmente com “Lunar”, estrelado por Sam Rockwell e ovacionado pela crítica especializada. O inteligente roteiro foi escrito por Bem Ripley, conhecido por ter escrito alguns filmes da franquia “A Experiência”. Duncan, que também é conhecido por ser filho de David Bowie, mais uma vez investe no gênero que lhe deu o estrelato, mas dessa vez com um elenco de peso e um orçamento bem maior.

O filme não adentra territórios desconhecidos, muito pelo contrário – o roteiro não se preocupa em explicar demais todas as questões científicas envolvidas no Código Fonte. A força da trama reside no fato de pegar uma fórmula já utilizada, aplicá-la com estilo e inserir no meio disso tudo uma sincera e inesperada carga dramática. Jake Gyllenhaal está excelente em seu papel, e logo na primeira cena, quando está completamente desorientado, nos oferece uma verdadeira performance de um homem perdido: o seu olhar parece analisar, acelerado, tudo ao seu redor com uma verdadeira mistura de pânico e estranheza – à medida em que avança na trama, seu personagem mostra um lado humano tão verdadeiro que é impossível não criar afeição a ele. A performance de Michelle Monaghan, em suma, se resume em criar uma personagem adorável, criando uma forte empatia por parte do público (e também do protagonista) que nos faz querer evitar o destino a qual está predestinada.

Vera Farmiga e Jeffrey Wright compõem o núcleo do filme que aparentemente está por trás do Código Fonte - e a atriz cria uma personagem que, com poucos recursos, mostra uma profundidade e um senso de bondade imensos. Particularmente, achei a perfomance do Jeffrey, como o doutor responsável pela criação do mecanismo, um pouco caricata, mas nada que comprometa a execução do longa.

Contando também com uma fotografia belíssima e efeitos visuais bem trabalhados, o filme impressiona em determinados momentos – como por exemplo, nos fazer ver sempre a mesma explosão, porém em ângulos diferentes, e uma delas em especial, completamente em slow-motion, realmente me deixou de queixo caído pela qualidade técnica. Jones lança também algumas gags visuais que, apesar de repetidas, funcionam bem dentro de todo o contexto.

Com um desfecho capaz de alucinar qualquer fã de ficção-científica, “Contra o Tempo” é um filme que sabe dosar ação e drama, resultando em mais um grande filme na carreira de Duncan Jones que, com apenas dois longas, já mostra ser um diretor extremamente seguro, que não hesita em explorar, com sucesso, o seu gênero preferido.

9/10

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